Os 7 dons do Espirito Santo são os valores centrais, que quem professa o culto ao Divino Espirito Santo, procura alcançar. Fala-se em dons como as qualidades que Deus atribui a cada ser humano para tomar as decisões acertadas durante a sua vida. Esses dons são:
1) Sabedoria. Ela leva o homem ao verdadeiro conhecimento de Deus e a buscar os reais valores da vida. O homem sábio e a mulher sábia é aquele(a) que pratica a justiça, tem um coração misericordioso, ama intensamente a vida, porque a vida vem de Deus.
2) Inteligência. Este dom nos leva a entender e a compreender as verdades da salvação, reveladas na Sagrada Escritura e nos ensinamentos da Igreja.
3) Ciência. A capacidade de descobrir, inventar, recriar formas, maneiras para salvar o ser humano e a natureza.
4) Conselho. É o dom de orientar e ajudar a quem precisa. Ele permite dialogar fraternalmente, em família e comunidade, acolhendo o diferente que vive em nosso meio.
5) Fortaleza. É o dom de tornar as pessoas fortes, corajosas para enfrentar as dificuldades da fé e da vida.
6) Piedade. É o dom da intimidade e da mística. Coloca-nos numa atitude de filhos buscando um dialogo profundo e íntimo com Deus. Acende o fogo do amor: amor a Deus e amor aos irmãos.
7) Temor de Deus. Este dom nos dá a consciência de quanto Deus nos ama. "Ele nos amou antes de tudo". Por isso, precisamos corresponder a este amor.
Agnus Dei significa em latim Cordeiro de Deus e é desde a antiguidade uma expressão utilizada pelos cristãos para referenciar Jesus Cristo, após ter sido sacrificado na cruz.
Éuma expressão que desde sempre faz parte das celebrações religiosas Católicas. Na Bíblia, no Novo Testamento, é atribuída a João Batista a frase a respeito de Jesus: "Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira os pecados do mundo", esta mesma frase faz parte das orações rezadas nas missas da religião Católica.
O Agnus Dei é representado por uma figura de um cordeiro ao lado de uma cruz. Sacrificar animais, entre eles cordeiros, fazia parte dos rituais do povo hebreu, como forma de remissão dos pecados cometidos.
O Agnus Dei também é um objecto sacramental da Igreja Católica, uma espécie de medalha, usualmente em Prata, que nuns casos se abre deixando visualizar a figura de um Cordeiro e de uma Cruz e que pode ter um formato de coração e em outros funcionar como uma pequena caixa, normalmente de formato oval, que é também muitas vezes utilizada como relicário. Acredita-se, na religião católica, que são peças que devem ser usadas em fios junto ao peito e que têm a capacidade de conferir protecção divina ou até contribuir para a santificação da pessoa que o usa.
É dada como tendo aparecido por milagre, no ano de 1223, na cidade de Caravaca de la Cruz, e, por conter fragmentos do lenho da cruz de Cristo, eram-lhe atribuídos muitos milagres. Em 1934 é dada como desaparecida, sendo mais tarde restaurada por doação pelo Papa Pio XII de dois fragmentos do Santo Lenho.
De acordo com a lenda, à época da reconquista cristã da Península Ibérica, a região era governada por um sultão Mouro. havendo na cidade um prisioneiro sacerdote, manifestou o sultão a curiosidade sobre as práticas católicas, decidindo presenciar uma missa e ordenando que o sacerdote cativo lhe celebrasse uma. No dia marcado, o governante reuniu toda a sua família e corte para presenciar a cerimónia, dando ordens para que fosse dado ao sacerdote tudo o que ele necessitasse para o culto. À última hora, o sacerdote lembrou-se de ter esquecido a cruz. Com receio e vergonha, já antecipando alguma punição pela falha, viu surgir do nada, entrando pela janela acima de si, dois anjos carregando uma cruz de dois braços, toda em ouro e pedras preciosas. Impressionados com tal milagre, o sultão e todos os muçulmanos presentes acabaram por se converter ao catolicismo.
É também a cruz usada na coroa do rei da Hungria, como forma de reconhecimento do rei Santo Estevão, rei reconhecido como Santo tanto pela igreja católica romana, como pela igreja ortodoxa grega, por isso a cruz dupla.
Acabaria por ser adoptada também pelos cruzados, templários, missionários e até esotéricos e bruxos como símbolo de protecção e de acordo com a cultura popular e influências diversas, a Cruz de Caravaca adquiriu inclusivé outros nomes tais como, Cruz de Lorena, Cruz de Borgonha, Cruz de São Miguel e também de Cruz das Missões ou Missioneira (essencialmente no Brasil por ser um nome associado às missões desde o tempo da evangelização dos países da América do Sul).
Segundo algumas fontes, os dois braços representam, para a igreja, a distinção arquiepiscopal ou patriarcal. Popularmente os dois braços significam fé redobrada.
A Cruz de Caravaca é usada como símbolo de poder e protecção, enaltecendo a Providência Divina e é usada quer em forma de relíquia peitoral num fio ou em pedestal.
Nossa Senhora do Amor Formoso ou Mãe do Amor Formoso é uma representação da virgem Maria, no sentido de que ela é o exemplo a seguir de uma vida limpa, de um coração sensível, apaixonado e crente, valores que deverão ser seguidos pelos fiéis ao serviço da igreja.
Retrata um Amor que é puro, sem traições e que tem como princípio e fim Deus .
Embora a padroeira inicial dos aviadores tenha sido dada como sendo Nossa Senhora do Loreto, um grupo de aviadores militares portugueses, difundiu a partir de 1924, uma devoção especial a Nossa Senhora do Ar. Cabría ao Papa João XXIII, em 1960, a sua entronização como padroeira dos aviadores.
Sendo a imagem original de 1926 adquirida em Paris ela pode serencontrada em Sintra na Base Aérea nº1, pertença da Força Aérea Portuguesa.
Nossa Senhora da Assunção é a denominação dada à Virgem Maria, mãe de Jesus, em alusão à sua assunção aos céus. A festa da Assunção de Maria é comemorada a 15 de Agosto.
Também é conhecida em Portugal como Nossa Senhora da Glória ou Nossa Senhora da Guia.
O seu dia celebra-se a 15 de Agosto.
Nossa Senhora do Carmo ou Nossa Senhora do Monte Carmelo, é um título atribuído a Nossa Senhora com o propósito de relembrar o convento construído em Israel nos primeiros séculos do Cristianismo, no Monte Carmelo, em honra da Santíssima Virgem Maria. A principal característica desta invocação mariana é apresentar o Escapulário do Carmo, símbolo que representa o acto de estar ao serviço do Reino de Deus e de aliança e consagração a Nossa Senhora. A sua utilização traz a quem o usa e assume como seu, muitas indulgências, graças e outros beneficios espirituais.
Oração a Nossa Senhora do Carmo.
Ó bendita e imaculada Virgem Maria, honra e esplendor do Carmelo! Vós que olhais com especial bondade para quem traz o vosso bendito escapulário, olhai para mim benignamente cobri-me com o manto da vossa maternal protecção. Fortificai a minha fraqueza com o vosso poder, iluminai as trevas do meu espírito com a vossa sabedoria, aumentai em mim a fé a esperança e a caridade. Ornai a minha alma com a graça e as virtudes que a tornem agradável ao vosso divino Filho. Assisti-me durante a vida, consolai-me na hora da morte com a vossa amável presença e apresentai-me à Santíssima Trindade como vosso filho e servo dedicado; e lá do céu, eu quero louvar-vos e bendizer-vos por toda a eternidade.
O seu dia celebra-se a 16 de Julho.
Junho é o mês em que se celebra o Sagrado Coração de Jesus.
Conhecida em Portugal como Nossa Senhora do Carrapito mas produzida sob o nome de Virgem Oval com flores (atendendo à imagem apresentada no verso de um resplendor e um ramos de flores), é a medalha religiosa mais conhecida e mais vendida do grande escultor Português, Mestre João da Silva (ver mais em Sobre/Medalhas de Escultor).
A sua beleza intemporal é devida, essencialmente, à imagem serena e de simplicidade apresentada pela Virgem.
Segundo história que nos foi passada através de alguém que conheceu o Mestre João da Silva, havia muito tempo que ele pretendia efectuar uma medalha da Virgem em tudo diferente das que já tinha elaborado. Num certo dia, deparou-se coma sua filha que saía de casa para ir à igreja, com o cabelo encimado com um carrapito e um lenço a cobrir-lhe a cabeça. Foi essa imagem em contraluz que acabou ser a projeccção da imagem que há tanto procurava.
Sobre a Nossa senhora da Conceição a Padroeira de Portugal.
Deve-se ao rei D. João IV o facto de Nossa Senhora da Conceição ter sido proclamada Padroeira de Portugal, por proposta sua, durante as Cortes reunidas em Lisboa desde 28 de Dezembro de 1645 até 16 de Março de 1646.
Este sinal de vassalagem à protectora, dava já continuidade à devoção de D. Afonso Henriques, que tomara a Senhora como protectora pessoal e de seus sucessores, reforçada em 1147 quando da conquista de Lisboa, altura em que terá sido celebrada uma cerimónia religiosa em honra da Imaculada Conceição.
Mais tarde, quando restauração de independência, é atribuída a D. Nuno Alvares Pereira a fundação da Igreja de Nossa Senhora do Castelo em Vila Viçosa à qual terá oferecido a imagem da Virgem Padroeira.
A 15 de Dezembro de 1640, dá-se a coroação de D. João IV como Rei de Portugal e a devoção a Nossa Senhora da Conceição acabaria por ser reforçada pelo gesto que o Rei de Portugal teve então ao coroar a Imagem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa como Rainha de Portugal nas cortes de 1646. A deposição da Coroa do Rei de Portugal aos pés de Nossa senhora levou-a a ser considerada a verdadeira Soberana de Portugal, não voltando por isso, desde aí, nenhum dos reis Portugueses a ostentar a Coroa Real.
Foi de tal forma significativa a importância a crença e a fé na Virgem que, durante séculos, o dia 8 de Dezembro foi celebrado como "Dia da Mãe", transcendendo em muito o "Dia Santo" dos Católicos para significar para além da fé de um povo a comemoração da Independência de Portugal celebrada a 1 de Dezembro.
O culto a Nossa Senhora das Dores iniciou-se no ano 1221 no Mosteiro de Schönau, na então Germânia, hoje, Alemanha. A festa de Nossa Senhora das Dores como hoje a conhecemos, celebrada em 15 de setembro, teve início em Florença, na Itália, no ano de 1239 através da Ordem dos Servos de Maria, uma ordem profundamente mariana.
Também conhecida por Mater Dolorosa (Mãe Dolorosa) é um dos vários títulos que a Virgem Maria recebeu ao longo da história, referindo-se neste caso às sete dores que Nossa Senhora sofreu ao longo de sua vida terrestre, principalmente nos momentos da Paixão de Cristo.
As sete dores de Nossa Senhora são as seguintes:
1. A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas, 2, 34-35)
2. A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus, 2, 13-21);
3. O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas, 2, 41-51);
4. O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas, 23, 27-31);
5. O sofrimento e morte de Jesus na Cruz (João, 19, 25-27);
6. Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus, 27, 55-61);
7. O sepultamento do corpo do filho no Santo Sepulcro (Lucas, 23, 55-56).
Nossa Senhora de Fátima (ou Nossa Senhora do Rosário de Fátima) é uma das designações atribuídas à Virgem Maria que, segundo relatos da época e da Igreja Católica, apareceu repetidamente a 3 pastores, ainda crianças, no lugar de Fátima, tendo a primeira aparição acontecido a 13 de Maio de 1917. Estas aparições aconteceram durante seis meses seguidos, sempre no mesmo dia (exceptuando Agosto).
A aparição é associada também a Nossa Senhora do Rosário de Fátima, atendendo a que, segundo os relatos, Nossa Senhora tería sido o nome pelo qual a Virgem Maria se haveria identificado trazendo consigo ua mensagem de pedido de oração, a oração do Santo Rosário.
"Então apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida de sol, e sobre a cabeça uma coroa de 12 estrelas"(Ap12,1)
O seu dia celebra-se a 13 de Maio.
Mais Conhecida como Nossa Senhora das Graças ou Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças é também chamada Nossa Senhora da Medalha Milagrosa quando invocada pelos crentes. Esta invocação está relacionada a duas aparições da Virgem a Santa Catarina Labouré (no Séc XIX em Paris - França), à data uma noviça das Irmãs da Caridade. O seu dia celebra-se a 27 de Novembro.
Simbolismo da Medalha Milagrosa
A Serpente: Maria é retratada esmagando a cabeça de uma serpente, num simbolismo da luta entre o bem e o mal. É em Maria que se cumpre a sentença de Deus.
Os Raios: Simbolizam as graças que Nossa Senhora derrama sobre os seus devotos.
As 12 estrelas: Simboilizam as 12 tribos de Israel. Maria Santíssima também é saudada como "Estrela do Mar" na oração "Ave, Stella Maris".
O coração cercado de espinhos: É o Sagrado Coração de Jesus. Foi Maria quem o formou no seu ventre. "Nosso Senhor" Prometeu a Santa Margarida Alcoque a graça da vida eterna aos devotos do seu Sagrado Coração, que simboliza o seu infinito e ilimitado Amor.
O coração trespassado por uma espada: É o Imacuilado Coração de Maria, inseparável do de Jesus. Mesmo nas horas mais difíceis da sua Paixão e Morte na Cruz ela estava lá compartilhando da sua dor.
O M: Significa Maria. Esse M sustenta o travessão e a Cruz que representam o Calvário. Essa simbologia indica a intima ligação de Maria e Jesus na história da salvação.
O travessão e a cruz: Simbolizam o calvário. Para a doutrina católica a Santa Missa é a perpetuação do sacrifício do Calvário e reafirma a importância do Sacrifício Eucarístico na vida dos cristãos.
É o nome usado para se referir à imagem da virgem com o menino ao colo que apareceu na casa onde viveu a Sagrada Família e que por intervenção divina terá mudado de lugar duas vezes, da noite para o dia, sem qualquer explicação plausível.
Reza a história que a casa modesta de pedra e estilo Nazareno, onde terá vivido a Sagrada Família se tornou, após a sua descoberta por orientação de Santa Helena, numa relíquia conservada pelos católicos e alvo de pergrinações pelos Cristãos.
Segundo a mesma a casa terá mudado de lugar duas vezes, da noite para o dia, e aparecido em lugares distintos:
1ª Vez - No ano de 1291, numa altura em que os muçulmanos invadiram Nazaré e em que ela terá aparecido na cidade de Tersatz (hoje território pertencente à Croácia e Bósnia ), perto do mar Adriático a milhares de quilómetros de Nazaré. Na ocasião o sacerdote local que se encontrava muito doente terá sido curado inexplicavelmente e anunciou que Maria lhe terá aparecido e anunciado que aquela era a sua casa. Por outras graças começarem a acontecer o governador local mandou emissários investigar o caso para provar a veracidade das suspeitas. Os investigadores acabariam por corroborar a tese de que, para espanto de todos os Nazarenos, a casa terá desaparecido da noite para o dia ficando apenas os alicerces e que em tudo coincidiam com os das características da casa aparecida. Por faltarem explicações plausíveis para o facto as interpretações recaíram no facto de que só uns anjos a poderiam ter transportado assim intacta de um lugar para o outro.
2ª Vez - No ano de 1294, a casa desapareceu do lugar onde tinha aparecido em Tersatz, reaparecendo nos bosques de Loreto, junto à cidade de Recanati em Itália. Nessa altura e por força de relembrarem a profecia de S. Francisco de Assis que teria dito que Loreto seria um dos locais sagrados mais importantes do mundo e que lá seria construída uma basílica em honra da Nª Sª do Loreto, deu-se a génese do que seria a Basílica em sua honra e que tem como interesse principal o facto de ter sido construída em torno da casa aparecida. Mais uma vez a incapacidade de explicar a razão de tal acontecimento levou as pessoas a pensarem na intervenção divina e na força dos anjos.
Estudos mais recentes efectuados no sentido de apurar uma explicação mais plausível para o facto acabariam por constatar que em relação à casa:
- ela aparece directamente no chão sem nenhuma base ou alicerce que a sustente;
- é feita de pedras que não existem em Itália, somente na região da Nazaré;
- a sua porta é feita de cedro, madeira que não existe em Itália e é comum na Palestina
- o cimento que liga as suas paredes é constituído por matérias muito comuns na Palestina e à época desconhecidas em Itália,
- a sua arquitectura nada tem a ver com a das casas italianas de então, reflectindo um tipo de estrutura comum às casas da região de Nazaré.
Por se acreditar que a casa terá sido transportada pelos anjos, de Nazaré até Loreto pelos ares, a igreja atribuiu a Nossa Senhora do Loreto o titulo de protectora dos aviadores e de todos os que trabalham em profissões relacionadas com viagens de avião.
É o nome usado para se referir à aparição mariana que tería sido presenciada por várias pessoas ao longo do tempo na gruta de Massabielle nos arredores de Lourdes. Se a primeira de que há registo data de 1274 a que se deu mais tarde daria origem à consagração de Nossa Senhora de Lourdes tendo ocorrido em 11 de Fevereiro de 1858 a Bernadette Soubirous que à data tinha a idade de 14 anos. Essas aparições haveriam de se repetir até aos seus 17 anos.
Em 1862 o Papa Pio IX permitiu a sua veneração e uma série de milagres ocorridos permitiu, mais tarde, a canonização de Bernardette como Santa.
Os fiéis cristãos sempre invocaram o nome da Virgem Maria na esperança de obter ajuda para os seus problemas pessoais e aflições, por se identificarem desde muito cedo com o seu sofrimento e a aclamarem como a esperança.
A devoção a Maria como Nossa Senhora da Esperança é reconhecido como sendo dos mais antigos que se tem conhecimento e atribuído a um culto nascido em França, na cidade de Meziéres, onde acabaria por ser erigido um belíssimo santuário em sua honra no ano de 930 e que ainda perdura até aos nossos dias.
Esse culto acabaria por se espalhar e tornar ainda mais importante em toda a Europa e muito particularmente em Espanha e Portugal em especial na época dos descobrimentos e das primeiras grandes viagens marítimas. Em Portugal, esse culto ter-se-á desenvolvido muito na época dos descobrimentos, contando-se entre os seus seguidores Pedro Álvares Cabral (é a ele atribuída a existência de uma sua imagem que ainda hoje está conservada na Igreja Paroquial de Belmonte). Em Espanha é padroeira do santuário de Sevilha, com o título de “La Macarena” (Senhora da Esperança) ou Virgem Dolorosa de Macarena.
A comemoração à Senhora da Esperança é efectuada no dia 18 de Dezembro, como sinal do anuncio do nascimento do menino Jesus, a ocorrer oito dias depois. É considerada a padroeira dos comerciantes e dos marinheiros
A Nossa Senhora dos Navegantes é um culto prestado à Virgem Maria enquanto protectora de todos os que viajam no mar...
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é um titulo conferido a Maria, mãe de Jesus. A sua imagem original é de origem ortodoxa (supõe-se que originalmente da Ilha de Creta) , igreja na qual é conhecida como Mãe de Deus da Paixão, ou Virgem da Paixão.
Consta que a imagem existente terá tido por base uma pintura original de S. Lucas que terá conhecido Nossa Senhora em Jerusalem quando Jesus ainda era pequeno e a terá retratado assim.
Representada em pinturas bizantinas desde o século XII, representa a paixão de Jesus, com Maria em posição frontal, carregando Jesus num braço e com o outro apontando para quem para ela olha,
aludindo à frase bíblia "é ele o caminho". Na representação são também visiveis, ladeando a Virgem, na parte superior, os Arcanjos Gabriel e Miguel.
Segundo conta a história, Maria, mãe de Jesus, apareceu diante do apóstolo Tiago quando este se encontrava em Saragoça, em Espanha, no século I. Maria estaria envolta em uma coluna de luz e lhe teria solicitado a construção de um templo naquela localidade em que a sua intercessão funcionasse como uma coluna/pilar da igreja.
Nos primórdios da comunidade cristã em Saragoça, foi construída uma pequena capela nas margens do Rio Ebro, em homenagem a Nossa Senhora. A capela foi, sucessivamente, reconstruída e ampliada ao longo dos séculos, até se converter na atual Catedral-Basílica da Nossa Senhora do Pilar.
A virgem do Pilar é invocada como refúgio dos pecadores, consoladora dos aflitos, Mãe de Espanha.
O seu dia é celebrado a 12 Outubro.
Santa Ana foi a mulher de S. Joaquim.
Segundo dados históricos, terá tido muita dificuldade em conceber filhos, constando que terá engravidado, já tarde, de Maria da Nazaré (Nossa Senhora mãe de Jesus). Tal graça só lhe terá sido concedida após o seu marido se ter retirado 40 dias no deserto para rezar e fazer penitência, local onde um anjo do Senhor lhe terá comunicado que Deus terá ouvido as suas preces.
Como prémio da sua paciência e devoção foi-lhe concedida a graça de ter uma filha que seria mãe de Jesus. Foi-lhe concedida ainda a graça de ter mais duas filhas, Maria Salomé e Maria de Cleofas.
O seu dia é celebrado a 26 de Julho.
Santa Bárbara é uma santa cristã mártir que é venerada pela Igreja Católica e Ortodoxa.
Segundo a história que chega até aos nossos dias, a virgem mártir era filha de Diósporo um Nobre, habitante da cidade de Izmit na Turquia, que a manteve durante bastante tempo enclausurada. Anos mais tarde querendo que ela se casasse ela acabaría por recusar todos os pretendentes que o pai lhe apresentou facto pelo qual lhe permitiu mais alguma liberdade para sair de casa e contactar com outras pessoas. Nalgumas dessas saídas ela tomou conhecimento sobre a religião cristã, acabando por se tornar uma fiel e ser baptizada por um padre vindo de Alexandria.
Ao tomar consciência de que a filha tería, durante uma sua ausência, aderido à religião católica e recusava a tradição de adorar os Deuses do Olimpo, e num acesso de fúria, denunciou-a. Por tal facto foi chicoteada em praça pública. Não se demovendo da nova fé, acabou por ser sentenciada à morte por degolação, não sem antes ver os seus seios cortados e ser conduzida para fora da cidade onde viria a ser degolada pelo próprio pai. No instante em que executou a sentença de matar a própria filha um relâmpago surgiu e fulminou-o.
Por tal razão é mencionada como sendo a protectora invocada em situações de tempestades, raios e trovões. É também venerada como a protectora dos mineiros.
O seu dia é celebrado a 4 de Dezembro.
Descendente de uma família Nobre portuguesa, ainda aparentada da família real, nasceu em Campo Maior em 1437 no seio de uma família de 11 irmãos. Foi desde cedo educada segundo princípios católicos e por padres franciscanos no amor à virgem imaculada. Prima da Princesa Isabel (filha de D. Duarte) acabaría por ser levada para a Corte como sua dama quando do seu casamento com D. João II de Castela. Possuidora de uma grande beleza levantou ciúmes da Rainha que na tentativa de a fazer desaparecer a fechou num cofre tentando matá-la. O milagre dá-se e não só não sucumbiu à morte como se relata que lhe apareceu a Imaculada Conceição dizendo que tería muitas filhas e pedindo-lhe que fundasse uma ordem com o seu nome.
Sai da Corte e desloca-se para Toledo, deslocação onde se conta se terá cruzado e convivido com S. Francisco de Assis e Sto António, local onde passou 30 anos em plena clausura no Convento Dominicano de S. Domingos o Real, sempre com o seu rosto coberto com um véu branco.
Ajudada pela rainha Isabel, a católica, funda então a ordem em nome da Imaculada Conceição nos Palácios de Galiana. Após muitas provações no sentido de transformar os degradados palácios em habitações condignas da ordem, recebe uma visita da Virgem informando-a de que não verá a finalização da mesma e que morreria 10 dias depois. Morreu a 9 de Agosto de 1942 não sem antes se dar um último milagre, quando lhe retiravam o véu para que lhe fosse prestada a extrema unção todos viram que todo o seu rosto se iluminava e dele saíam raios de luz de uma estrela que parecia emanar da sua testa, iluminou todo o aposento e ali permaneceu até ao seu ultimo suspiro. É esta a razão pela qual a sua representação em imagens apresenta uma estrela na fonte.
A sua festa litúrgica dá-se a 17 de Agosto mas o seu dia também é celebrado a 1 de Setembro.
Nasceu prematuramente a 25 de Março de 1347, numa localidade junto a uma cidade de Siena devastada pela peste negra. Sería a sobrevivente de duas gémeas de uma mãe que já tinha tido mais de 20 filhos numa época em que a mortalidade era bastante elevada. É dada como uma criança muito feliz.
Consta que entre as manifestações da sua fé, tinha ainda 5 anos de idade quando começou por ter visões de Jesus Cristo. Mostrando-se desde cedo contra o casamento, adoptaria inclusivé um severo jejum para se manifestar contra a tentativa dos pais de lhe arranjarem um marido. Adoptaria uma vida de freira fora do claustro dos conventos seguindo um modelo defendido pelos Dominicanos situação que o Pai acabaria por permitir. Apesar de contra, acabaría por convencer os seu pais a que lhe permitissem entrar na Ordem Terceira de São Domingos onde aprofundou os seus estudos e passou a viver solitariamente em solidão total.
Tendo experimentado aos 21 anos aquilo que descrevería como um "casamento místico" com Jesus, solicitaría para deixar a vida reclusa e dedicar-se à vida pública, voltou então a casa onde se dedicou a ajudar os pobres e doentes em casa e nos hospitais, obra que lhe granjeou um grande numero de seguidores que se juntaram a ela.
Interventora como sempre tinha demonstrado ser, acabou por intervir na esfera política, viajando por diversas regiões de Itália defendendo a reforma do clero por via do "amor total a Deus". Numa Itália dividida em estados e, na escolha de "partidos", acabou por reforçar a sua ligação com o Papa Gregório XI no meio da defesa de que o papado devería sair de Avinhão e regressar a Roma o que viria a acontecer em 1377. Foi neste ano que fundou um mosteiro na antiga fortaleza de Belcaro. No final desse ano viria a tomar parte activa na negociação de paz entre Florentinos e Romanos, contudo, com a morte do Papa em 1348 inromperam uma série de revoltas em Florença e numa dessas Catarina quase foi morta. Reposta a Paz e regressando a Roma na tentativa de propor reformas à Igreja prossegue um princípio de jejum rigoroso que ela viria a referir como uma doença. Deixa de conseguir beber nem comer água no início de 1380, acabando por morrer em Roma em 29 de Abril desse mesmo ano aos 33 anos de idade.
Deixou obra escrita assinalável como uma das maiores escritoras da igreja. Foi nomeada co-padroeira de Roma, padroeira de Itália juntamente com S. Francisco de Assis e padroeira da Europa.
O seu dia celebra-se a 29 de Abril.
É dada como nascida em 1194 em Assis, cidade que se orgulha também de ser a originária de S. Francisco.
Nascida de uma família nobre, conta-se que sua mãe numa deslocação à catedral de San Ruffino terá ouvido uma voz que lhe disse: "Mulher, não tenhas medo, porque você dará à luz uma luz clara que iluminará o mundo". É, por força dessa mensagem que a criança terá sido chamada de Clara e baptizada naquele mesma igreja.
Mesmo com alguma vontade contrária do pai, mostrou desde cedo uma inclinação religiosa muito forte. Aos 18 anos, no dia 18 de março de 1212, fascinada pelo mundo espiritual de São Francisco, fugiu de casa para ir secretamente ao convento onde era esperada por São Francisco e seus frades. Vestiu o hábito franciscano, cortou os cabelos consagrou-se à penitência e abraçou a sua vocação junto das freiras beneditinas de São Paulo, em Bastia Umbra.
Recomendada por São Francisco, refugiou-se na igreja de S. Damião, que se tornou a casa mãe de todas as suas irmãs. Inicialmente chamada de "Damas Pobres", após a morte do santo passariam a ser chamadas de "Clarissas". Viveu aí 42 anos, quase sempre doente. É aí também que mais tarde sua mãe Ortolana e suas duas irmãs Agnes e Beatrice, começariam sua vida religiosa.
A sua grande personalidade ao longo da vida não passou despercebida. Firmeza de caráter, a doçura de sua alma e o modo de governar a sua comunidade com a máxima consciência e humildade, levaram muitos papas a estimá-la e visitá-la.
Chiara morreu em 11 de Agosto de 1253, seria oficiada pelo papa que queria cantar para ela não o ofício dos mortos, mas o festejo das virgens.
É dada como a protectora da televisão e dos profissionais a ela associados.
É considerada a santa cristã padroeira dos músicos e da música sacra, pois, segundo a história que chegou até aos nossos dias, à beira da morte ela cantou a Deus. Por tal facto acabaria por se celebrar o seu dia a 22 de Novembro.
Consta como provável que tenha sido martirizada entre 176 e 180, sob o império de Marco Aurélio. Escavações arqueológicas não deixam dúvidas sobre sua existência, mas sua história só foi registada no século V. É a santa da Igreja Católica que mais tem basílicas em Roma e é uma das santas mais veneradas da Idade Média, em especial desde que, em 1599 (tantos séculos depois da sua morte), foi a primeira santa encontrada com corpo incorrupto.
Cecília é dada como filha de um nobre senador romano e como sendo cristã desde a infância. Foi, contra a sua vontade, dada em casamento a um jovem, Valeriano, mesmo apesar de ter alegado os seus motivos religiosos e ter tentado contrariar a vontade do pai que acabaria por se impor. No dia do casamento, perante a alegria geral, só Cecília a contrariava. A sós com o noivo, com amabilidade e firmeza, terá explicado que se achava sob a protecção directa de um Anjo que a defendia, afirmou-se cristã e ligada a um voto que tinha feito a Deus de guardar a pureza virginal, solicitando-lhe que não a forçasse a nada, sob pena de provocar a ira de Deus contra si, . Estas palavras, incompreensíveis para um pagão, foram contudo bem acolhidas por Valeriano que, impressionado, a respeitou, se terá convertido e recebido o baptismo naquela mesma noite.
Valeriano acabaria por relatar tal facto ao seu irmão Tibúrcio e conseguido que também ele se tornasse cristão. Tendo Almachius, o prefeito de Roma, tomado conhecimento da conversão dos dois irmãos, levou-os perante o tribunal e exigiu peremptoriamente que abandonassem a religião, sob pena de morte. Perante a sua recusa foram condenados à morte e decapitados. Também Cecília teve de comparecer na presença do juiz e terá sido intimada a revelar onde se achavam escondidos os tesouros dos dois sentenciados ao que terá respondido que os tinha bem guardados quando, sem que se soubesse, já os tinha distribuído aos pobres. Enfurecido, por mais tarde ter descoberto esse facto, Almachius, ordenou que Cecília fosse levada ao templo e obrigada a render homenagens aos deuses. Terá sido conduzida ao lugar determinado, mas a sua tremenda convicção e as palavras que terá dito aos soldados sobre a beleza da religião de Cristo levou-os a que se declarassem a seu favor, e prometido abandonar o culto dos deuses.
Vendo novamente frustradas as suas intenções, deu ordem para que Cecília fosse trancada na instalação balneária do seu próprio palacete e asfixiada pelos vapores de água. Cecília teria sido então protegida milagrosamente embora a temperatura tivesse sido elevada a ponto de se tornar normalmente intolerável. Vendo que ela nada sofreu, Almachius recorreu então à pena capital. Após três golpes, o algoz não terá conseguido separar a cabeça do tronco mas Cecília acabaria por cair por terra, mortalmente ferida, ficando contudo três dias nessa posição, recebendo a visita de inúmeros cristãos que a terão visitado e a quem terá dado caridosos conselhos.
Ao Papa entregara todos os bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres. Outro pedido fora o de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo depois de sua morte". Foi enterrada na Catacumba de São Calisto, contudo, as diversas invasões dos godos e lombardos fizeram com que os Papas resolvessem a transladação de muitas relíquias de santos para igrejas de Roma. O corpo de Santa Cecília ficou muito tempo escondido, sem que lhe soubessem o jazigo. Seria uma aparição da Santa ao Papa Pascoal I (817-824) que acabaria por trazer luz sobre este ponto. Achou-se o caixão de cipreste que guardava as relíquias. O corpo, terá sido encontrado intacto e na mesma posição em que tinha sido enterrado tendo acabado por ser depositado no altar de Santa Cecília". Ao lado da Santa acharam seu repouso os corpos de Valeriano, Tibúrcio e Máximo.
É considerada a padroeira dos músicos e poetas.
O nome Filomena significa "filha da luz divina" e a sua história faz jus ao nome que lhe foi dado pelos seus pais em resposta à fé demonstrada. Consta que terá nascido numa cidade-estado da Grécia, filha de nobres já que o seu pai terá sido um dos Reis da Grécia.
A sua ascendência católica terá sido passada pelos seus pais que na impossibilidade de conseguirem ter filhos se terão convertido antes da sua nascença a conselho de um médico cristão, com a indicação de que se tivessem verdadeira fé com essa graça seriam presenteados. Resultado dessa vocação muito precoce diz-se que terá comungado pela primeira vez aos 5 anos e que aos 11 terá feito votos de entrega total a Deus.
Ainda muito jovem, aos 13 anos, foi prometida ao Imperador Diocleciano para ser sua esposa em troca da pacificação de confrontos políticos com Roma. Como Filomena se recusasse a casar, porque havia eleito o próprio Senhor Jesus Cristo para seu esposo, o tirano ordenou, primeiramente, que a colocassem num cárcere e a flagelassem violentamente. Tendo sido curada miraculosamente deste suplício, ordenou que ela fosse lançada ao rio Tibre com uma âncora amarrada ao pescoço. E como a correnteza a levasse até a margem do rio, apesar da âncora, mandou Diocleciano que a arrastassem por toda a cidade e a atingissem com flechas. Com o corpo todo ferido pelas flechas, a jovem foi lançada novamente no cárcere. Entretanto, no dia seguinte, conta a tradição que Filomena foi encontrada com o corpo sadio e sem qualquer marca de ferimento e em resultado disso terá ordenado que a colocassem numa fogueira, não resultando tal suplício ordenou então, que a ferissem com flechas. Estas, porém, voltaram-se contra os arqueiros, matando muitos. Por fim, a 10 de Agosto heróica jovem morreria em paz e rezando depois da ordem de decapitação dada pelo Imperador. Após esta demonstração de fé e de milagres inexplicáveis milhares de romanos acabariam por se converter ao cristianismo.
A localização do seu corpo acabaria por ser dada como em parte incerta até que em 1802, numa escavação de umas catacumbas romanas foi descoberto um túmulo que tinha junto a si uma âncora, uma palma (símbolo do martírio), uma flecha e uma ânfora com sangue dentro. Estando o padre Francesco de Lucia muito doente, terá rezado a Santa Filomena prometendo que levaria as suas relíquias para a sua igreja caso ficasse curado. Como tal aconteceu conseguiu obter essa permissão por parte do Papa. Assim que concluída essa transladação vários milagres se sucederam e a fé na Santa cresceu de forma significativa a ponto de lhe ser reconhecida a santidade. As suas relíquias ainda hoje permanecem na igreja de Mugnano el Cardinale em Itália.
A 10 de Agosto celebra-se a transladação do corpo da Santa, a 11 de Agosto a sua festa religiosa e a 13de Agosto o seu nome.
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Francisca nasceu em Roma em 1384 e foi filha de um casal rico e aristocrático.
Já aos onze anos de idade demonstrou vontade de ser freira, mas aos doze acabaria por ser forçada por seus pais, a casar com Lorenzo Ponziani, o comandante das tropas papais em Roma e de família extremamente rica. Apesar de arranjado, consta que, por força do facto de Lorenzo admirar Francisca o casamento terá sido feliz e durou cerca de quarenta anos.
Isso não a impediu de ter muitas tristezas durante a vida, na sua maioria resultantes de ter perdido dois filhos para a Peste Negra, o que fez com que o casal passasse a se dedicar a melhorar a vida dos pobres numa altura em que a cidade de Roma estava parcialmente arruinada por conta das lutas entre o papa e diversos antipapas no chamado Cisma do Ocidente na Igreja Católica.
Lorenzo estava sempre fora e durante as suas ausências as suas propriedades foram roubadas ou destruídas. Durante uma ocupação de Roma por tropas napolitana no início do século, ele foi ferido gravemente e jamais voltou a se recuperar plenamente, vindo a morrer em 1436.
De acordo com a história, o filho deles, Battista, deveria ser entregue como refém para o comandante das tropas napolitanas. Obedecendo à ordem recebida, Francisca levou o filho até Campidoglio e, no caminho, parou na Igreja de Aracoeli e confiou a vida de Battista à Virgem Maria. Chegados ao lugar marcado, um soldado avançou no sentido agarrar a criança e de a levar para o cativeiro. O cavalo, porém, recusou-se a mover apesar das muitas chicotadas. Espantados, os soldados viram no ato a mão divina e devolveram a criança à mãe.
É referenciado que terá seguido uma vida de contemplação, humildade e desprendimento visitando pobres, cuidando dos doentes e mobilizando outras pessoas ricas para o fazerem também, fundando também mais tarde uma associação de mulheres piedosas movidas pela oração e apoio aos mais necessitados, as "Oblatas de Maria" e mais tarde uma outra a "Oblatos de Santa Francisca Romana". Acabaria por, em determinada altura, transformar até parte da propriedade da família num hospital.
Tinha visões frequentes com personagens divinos e era-lhe reconhecido o dom dos milagres e da previsão, podendo inclusive detectar intenções malignas nas pessoas.
Quando Lorenzo morreu, em 1436, Francisca mudou-se para o mosteiro e tornou-se a prioresa,. Foi esse o local onde, em 1440, acabou por morrer e onde seria primeiramente enterrada.
Foi canonizada em 1608 pelo papa Paulo V e, nas décadas seguintes, uma intensa busca se deu para encontrar os seus restos, que haviam sido escondidos durante períodos de tensão. Seu corpo foi encontrado em 2 de Abril de 1608 e foi reenterrado em 9 de Março de 1649, no que passou então a ser o seu dia. Em 1869, seu corpo seria exumado e colocado em exibição num caixão de vidro para a veneração dos fiéis, na Igreja de Santa Maria Nuova que é geralmente chamada de Igreja de Santa Francisca.
Em 1925, o papa Pio XI declarou-a padroeira dos motoristas de automóvel por conta de uma lenda de que um anjo teria iluminado uma estrada para ela com uma lanterna, mantendo-a a salvo dos perigos.
Também conhecida como Santa Helena de Constantinopla, nasceu com o nome de Flávia Júlia Helena e é reconhecida como tendo sido a mãe do imperador romano Constantino e mulher de Constâncio Cloro. Terá nascido no ano de 250dc em Dripínia região situada na actual Turquia, junto ao mar negro.
Quando conheceu o marido, com quem se diz nunca terá casado, era apenas uma serva só terá assumido algum poder quando Constantino se tornou imperador. Terá sido ela, juntamente com a sua nora Flávia Máxima Fausta que terão financiado a construção da nova capital do império em que se veria transformado Constantinopla recebendo então também o título de Augusta.
É-lhe atribuída a conversão do filho ao Catolicismo e a origem do famoso Édito de Milão, documento que passou a tolerar a existência do Cristianismo. É-lhe reconhecida também a sua entrega e capacidade de ajudar os pobres e necessitados a quem prestou sempre assistência.
Já com idade avançada decidiu fazer uma peregrinação à Palestina, o sonho da sua vida, sendo-lhe atribuído a ela o patrocínio das explorações arqueológicas que dariam origem à descoberta posterior do lugar onde Jesus Cristo terá sido crucificado e lá terá mandado erigir a igreja da Natividade e a Basílica do Santo Sepulcro.
Faleceu pouco depois de regressar da peregrinação, no ano de 330dc e terá sido sepultada em Roma. O seu dia é celebrado à data de 18 de Agosto.
É considerada a padroeira dos arqueólogos, dos convertidos, dos casamentos em dificuldade e das imperatrizes.
Santa Inês
Conhecida como Rainha Santa Isabel ou simplesmente Rainha Santa é talvez uma das mais míticas santas portuguesas. Casada com o Rei D. Diniz (6º rei da 1ª dinastia Portuguesa), foi de 1282 a 1325 Rainha consorte de Portugal.
Filha do rei Pedro de Aragão e da princesa Constança da Sicília viria a ser conhecida como uma mulher muito piedosa e pela sua dedicação aos pobres e desfavorecidos pelo que a sua fama de santidade lhe terá siso atribuída ainda em vida. Até aos nossos dias chega a famosa história a que muitos atribuem como um prenúncio dessa santidade e que é o Milagre das Rosas:
"Tendo D. Dinis sido informado por alguns dos seus homens sobre as acções de caridade da Rainha e das despesas que elas implicavam para o tesouro real, decidiu surpreendê-la num certo dia de Janeiro, durante uma das suas habituais caminhadas para distribuir esmolas e pão aos mais pobres e necessitados. Notando que a Rainha procurava disfarçar o que levava escondido no regaço, perguntou-lhe onde se dirigia e o que levava ao que ela terá respondido que se dirigia ao mosteiro ornamentar com flores os altares da igreja. Notando alguma atrapalhação com as perguntas, o Rei perguntou-lhe o que levava no regaço ao que a Rainha respondeu: "São rosas, meus senhor, são rosas!" Desconfiado o rei acusa-a de mentir já que não existem rosas em Janeiro e obrigou-a a abrir o manto para mostrar o que levava dentro. A rainha abriu o manto e todos acabariam por ficar espantados já que do seu manto sairam as mais bonitas rosas que os presentes alguma vez tinham visto. O pão tinha-se transformado em flores e o Rei viu-se obrigado a pedir desculpa pela sua acusação.
Após a morte do Rei D. Dinis a Rainha dedicou-se por inteiro à vida religiosa, dando entrada no Mosteiro de Santa Clara em Coimbra, vestindo o hábito da ordem das Clarissas mas não fazendo os votos a fim de que lhe fosse permitido manter a sua fortuna que acabaria por utilizar em grande parte para benefício dos pobres.
A sua data é celebrada à data da sua morte, 4 de Julho de 1336. Vitimada pela peste, o seu corpo permanece contudo incorrupto num túmulo de prata e cristal no mosteiro de Santa Clara-a-Nova em Coimbra.
Filha mais nova de Manuel Pedro Marto e de sua mulher Olímpia de Jesus dos Santos, Jacinta era uma criança típica do Portugal rural da época.
Como de início não frequentava a escola, Jacinta trabalhava como pastora em conjunto com o seu irmão Francisco Marto e a sua prima Lúcia dos Santos.Após as aparições e segundo as mesmas, por recomendação de Nossa Senhora, entrou na escola primária.
De acordo com as memórias da irmã Lúcia, Jacinta era uma criança afectiva e muito afável e emocionalmente frágil. É relatado que, na sequência das aparições, os dois irmãos foram influenciados porque terão visto imagens do Inferno, durante a terceira aparição (Julho de 1917). Impressionada com a triste sorte dos pecadores, decide responder ao apelo da Santíssima Virgem Maria e fazer penitência e sacrifício pela conversão dos pecadores.
As três crianças, mas particularmente Jacinta, praticavam mortificações e penitências. É possível que prolongados jejuns a tenham enfraquecido ao ponto de ter sucumbido à epidemia gerada pela Gripe espanhola que varreu a Europa em 1918, em consequência da Primeira Guerra Mundial. Jacinta, que sofria de pleurisia e não podia ser anestesiada devido à má condição do seu coração, foi assistida em vários hospitais, acabando por falecer em 20 de Fevereiro de 1920, no Hospital de Dona Estefânia em Lisboa.
Jacinta foi beatificada, juntamente com o seu irmão Francisco, pelo Papa João Paulo II a 13 de Maio de 2000 e é até então a cristã mais nova não-mártir a ser beatificada.
Celebra-se o seu dia festivo a 20 de Fevereiro.
Nasceu em 6 Janeiro de 1412 na região de Lorena em França. Filha de Jacques d'Arc e Isabelle Romée, (humildes agricultores e artesãos) era a mais nova de 4 irmãos. Muito religiosa desde muito pequena, ia muito à igreja e frequentemente fugia do campo para ir orar na igreja local.
Mais tarde, quando julgada, Joana afirmaria que desde os treze anos ouvia vozes divinas em especial quando se deslocava para a igreja e as mesmas vinham acompanhadas de claridade e uma sensação de medo. Entre as mensagens que ela entendeu, estavam conselhos para frequentar a igreja e posteriormente que deveria ir a Paris e que deveria levantar o domínio que havia na cidade de Orléans envolvendo-se na longa luta entre os armagnacs, e os borguinhões e seus aliados ingleses na apelidada Guerra dos Cem Anos.
Conseguiu, sempre disfarçada com roupas masculinas e trajes militares, apresentar-se ao rei Carlos VII dizendo "Senhor, vim conduzir os seus exércitos à vitória". Depois de muitas provas e testes o rei aceitaria que entrasse no seu exército e foi sob o seu estandarte que um exército de 4 000 homens derrotaram os ingleses em batalha e romperam o cerco a Orleães a 8 de maio de 1429. A presença de Joana é creditada como fundamental para a vitória, dando coragem e força aos soldados depois de quase oito meses de insucesso. Para a história ficou a informação de que com Joana, o fervor religioso e patriótico foram fundamentais para reacender a "chama" nas tropas e as conduzir à vitória.
A uma sucessão de vitórias que conduziriam mais tarde à independência do domínio Inglês sobre grande parte da França, suceder-se-iam posteriormente a sua captura e julgamento por heresia e assassinato, tendo inclusive acusada de bruxaria.
Acabaria por ser condenada à morte e queimada viva em Ruão a 30 de Maio de 1431. O seu processo acabaria por ser reaberto mais tarde e a sua imagem reabilitada a ponto de se tratar de uma das personagens históricas francesas mais veneradas e respeitadas pelas suas virtudes heróicas e missão divina. Acabou por ser canonizada em 1920, pelo papa Bento XV e ser adoptada como a padroeira de França.
Também conhecida como Santa Lucia o seu nome significa Santa de luz. De origem siciliana terá nascido em Siracusa por volta do ano 283dc.
Filha de pais católicos ficou orfã de pai aos 5 anos e sua mãe padecia de doença complicada que a ajudaram a ligar-se à igreja e a consagrar-se à religião cristã fazendo votos de castidade. Após uma peregrinação a Igreja de Santa Águeda na tentativa de pedir a cura para os males de que sua mãe padecia terá sonhado com ela e que os anjos que a rodeavam lhe terão dito para que pedia ela essa graça se ela própria a podia conceder. Após acordar terá deparado com a sua mãe já curada e terá declarado à sua mãe a intenção de dedicar a sua vida a Jesus e pretender distribuir os seus bens pelos pobres já que eram possuidores de importante fortuna.
Essa distribuição de riqueza chamou atenções indesejáveis e terá sido denunciada ao imperador Diocleciano que tinha decidido mover uma perseguição a todos os católicos. Negando-se perante ele a renunciar à religião cristã terá sido condenada a ser enviada para uma casa de prostitutas. Os seus intentos não foram conseguidos e ninguém conseguiu sequer movê-la como se os seus pés tivessem ganho raízes, determinados a pegar-lhe fogo as chamas nada lhe fizeram, e a mando do imperador, após um soldado lhe ter arrancado os olhos e lhos ter entregue num prato deu-se o milagre de lhe nascerem de imediato dois novos olhos mais perfeitos ainda que os primeiros. A única solução encontrada foi a de ser degolada.
A sua festa é celebrada simbolicamente nesse dia de 13 de Dezembro do ano de 304dc, doze dias antes do Natal para, alegadamente chamar a atenção dos Cristãos para a necessidade de preparação espiritual.
Na antiguidade foi das Santas mais veneradas pelos Cristãos, chegando a ter em Roma 20 templos erguidos em sua memória. O seu nome e a associação à luz derivará não só do sentido da vista mas também a associação à faculdade espiritual de captar a realidade sobrenatural. É por tal razão a padroeira dos oftalmologistas e protectora de todos os que têm problemas de visão.
Também conhecida como Santa Maria Madalena, é dada como a padroeira dos pecadores arrependidos, dos convertidos, dos fabricantes de curtumes, fabricantes de luvas, boticários, cabeleireiros, farmacêuticos e fabricantes de perfumes.
O seu nome derivará da sua origem que se diz ter sido Magdala, na Terra Santa, que à data do Nascimento de Jesus era uma importante cidade de pescadores, com várias indústrias de conservas de peixe e ainda de tintureiros de curtumes e lãs.
É dada como uma mulher de posses e também uma pecadora convertida, talvez a sua mais fiel discípula e crente na missão de Jesus que terá inclusive, colocado os seus bens ao serviço do Reino de Deus.
A sua fidelidade foi tal que acabará por ser relatada em vários episódios da Bíblia e da história de vida de Jesus Cristo, sendo que neles se destacam os mais marcantes dos seus últimos momentos de vida permanecendo até ao fim aos pés da cruz de Jesus e sendo dada como a primeira pessoa que o terá visto e falado após a ressurreição.
Com a morte de Jesus ter-se-á ainda afirmado uma das maiores anunciadoras do evangelho convertendo e evangelizando muitos fiéis. É dada como tendo ido evangelizar para a zona do Éfeso mas também para o ocidente, em particular na região da provença em França, juntamente com os seus irmãos Marta e Lázaro. Terá passado 30 anos na caverna de La Saint-Baume e terá sido "milagrosamente" transportada para a Capela de Saint-Maximin pouco antes da sua morte, local onde terá recebido os últimos sacramentos.
Santa Margarida...
Santa Mónica nasceu no ano de 331 na região de Tagaste, actual Argélia já no seio de uma família cristã.
Tendo começado desde muito dedo a dedicar a sua vida a ajudar os pobres acabaria por ter uma vida muito difícil já que acabaria por casar com um jovem pagão que a maltratou. Sofrendo sempre em silêncio acabaria por encontrar conforto nas orações em que pedia a Cristo e à virgem Maria a sua conversão, graça que viria a lhe ser concedida um ano antes da morte do mesmo aceitando o baptismo cristão.
Ela teve dois filhos rapazes, Agostinho e Navígio, e uma filha, Perpétua, que se tornou religiosa. Porém, Agostinho, foi a sua grande preocupação porque desde cedo se mostrou insubordinado e cheio de vícios apesar das constantes orações de sua mãe em que pedia sua a redenção,. Aconselhada por um Bispo a continuar as suas rezas e penitência acabaria por vê-lo prosseguir os seus estudos e tornar-se um brilhante professor de retórica em Cartago e ainda mais tarde foi para Roma, e depois para Milão, onde conseguiu o cargo de professor oficial de retórica. Querendo acompanhar a recuperação do filho, viajaria também para Milão, e vê-lo-ia assumir algum interesse espiritual, frequentando os sermões de Santo Ambrósio e assistiria finalmente à sua conversão e baptismo, já junto com seu neto Adeodato. Confortada por ter recolhido o intento das suas orações e o término do seu sofrimento, em comum com Agostinho, decidiram voltar para a sua terra natal. Em Óstia, perto de Roma, adoeceu e acabaria por falecer a 27 Agosto de 387.
O Papa Alexandre III, acabaria por reconhecer as suas virtudes e confirmou o tradicional culto à Santa Mónica, em 1153, quando a proclamou “padroeira das mães cristãs”. Inicialmente sepultada e venerada na igreja de Santa Áurea, em Óstia, os seus restos mortais foram transladados para Roma, em 1430, para a igreja de Santo Agostinho.
Madre Teresa de Calcutá
É conhecida como Santa Teresa do Menino Jesus e da Santa Face ou, mais usualmente, Santa Teresinha.
Nasceu em 1873 e morreu em 1897, não sem antes ter dedicado quase toda a sua vida a Jesus, dedicação da qual deu provas desde muito pequena. Nascida frágil e franzina passou por grandes provações desde pequena. A sua mãe morreu aos 4 anos, altura em que se muda para Lisiseux, região onde acaba por integrar, no regime de semi-internato, a Escola das Irmãs Beneditinas. Aos 9 anos entra no Carmelo de Lisieux e aos 10 anos adoece gravemente da doença que se diz ter sido curada pelos Sorriso de Maria. Em 1886, por causa da doença, sai do Carmelo e reebe aulas particulares em casa, mas em Abril de 1888 (com 15 anos e 3 meses) dá definitivamente entrada no Carmelo de Lisiseux. Em 1890 faz a sua profissão de clausura. Em 1886 adoece com a 1ª crise de tuberculose, doença que nunca viria a debelar. Em 1987 a doença agrava-se e a 30 de Setembro de 1897 morre depois de um período de grande sofrimento.
Após análise de vários registos de milagres que iniciaram em 1889, é beatificada pelo Papa Pio XI em 1923 e, em 1925, é canonizada em Roma em frente de 500.000 peregrinos. Em 1927 é declarada, por João Paulo II, como Doutora da Igreja e Co-padroeira da Europa
O seu dia celebra-se a 1 de Outubro.
Nascido na região da Galileia é dado como sendo irmão de S. Pedro e o 1º discípulo de Jesus. Descendente de pescadores também ele terá deixado a sua profissão, abandonado todos os seus bens para se dedicar ao chamamento de Jesus e se tornar mais um dos seus "pescadores de homens".
Terá estado presente em grande parte das cerimónias mais importantes de Jesus (iclusive a última ceia) e, após a sua morte, tornou-se um importante evangelizador, tendo pregado por toda a região da Ásia Menor, ao longo de toda a região do Mar Negro e do rio Volga, tendo chegado até a Kiev e acabando por ser tão importante a sua influência que se tornaria padroeiro da Roménia e da Rússia. Terá fundado a sede de Bizâncio dando origem ao que seria posteriormente o Patriarcado de Constantinopla do qual é padroeiro.
Na última das regiões por onde terá andado na sua missão de evangelização, em Patras na Grécia, foi martirizado e condenado a ser cruxificado por ordem do governador romano no local (Égeas) por ter defendido que todos os deuses pagãos eram figuras do demónio e que via em Jesus um Juiz acima dele. Acabaria por solicitar que o fizessem numa cuz em forma de X, por não se achar digno de o ser numa cruz idêntica à de Jesus, dando origem ao que se passaria a chamar de cruz de Santo André. Permaneceria aí 2 dias e ficaram relatos até hoje de que, nos momentos finais, uma grande luz o envolveu e se apagou logo de seguida.
As suas relíquias seriam levadas posteriormente para Constantinopla, mais tarde seriam enviadas para Roma permanecendo até então na Igreja dos Apóstolos. Parte delas foram enviadas posteriormente para Patras e ficado à guarda da igreja com o seu nome como um gesto de aproximação entre a Igreja Católica e Ortodoxa, local onde é venerado a 30 de Novembro.
Santo António é talvez o mais célebre, querido e conhecido de todos os santos da igreja católica é dado como nascido em Lisboa em Agosto de 1191 ou 1195 embora as festividades em seu torno sejam celebradas no aniversário da sua morte, 13 de junho de 1231.
Entrou como noviço no Convento Agostiniano de S. Vicente de Fora em Lisboa, tendo aprofundado os seus estudos religiosos no convento de Santa Cruz em Coimbra, cidade que era à época o centro intelectual da Nação. Torna-se-ía Franciscano em 1220 e viajou muito por Portugal, Itália e França. Em 1221 foi convidado pelo próprio S. Francisco a fazer parte do Capítulo Geral da Ordem de Assis. Foi transferido posteriormente para Bolonha e de seguida para Pádua onde viria a morrer de doença.
A sua fama de santidade levou-o a ser canonizado pela Igreja Católica pouco depois de falecer.
São Benedito de Núrsia foi um monge italiano criador da Ordem dos Beneditinos. Nascido a 24 de Março do ano de 480 é dado como filho de um nobre romano. Tendo feito os seus estudos nessa região foi enviado posteriormente para Roma para estudar retórica e filosofia. Homem de fortes convicções religiosas ficou desiludido com a decadência moral da cidade e acaba por a abandonar retirando-se posteriormente numa gruta de difícil acesso onde viveu como um eremita durante três anos. Nesse local dedicou-se à oração e ao sacrifício, apenas contactando com alguns pastores de quando em quando contudo, com o passar dos tempos, começou a ser visitado por pessoas de fora que procuravam conselhos e direcção espiritual, já que lhe tinha sido atribuída fama de santidade.
É então eleito abade de um mosteiro em Vivocaro, no Norte de Itália, onde mercê da adopção de um estilo de vida exigente granjeou inimizades, a ponto de tentarem envenená-lo, situação que um milagre evitaria. Decide então retirar-se novamente retornando a uma vida solitária, situação que não duraria muitos anos já que, ao receber a visita de uma grande quantidade de discípulos, acaba por fundar em no ano de 503 doze pequenos mosteiros. Causando grande inveja de um sacerdote eminente na época (que o tentaria envenenar) acaba por, em 529, se mudar para o Monte Cassino onde funda o mosteiro que estaría na base da criação da Ordem Beneditina.
Em 534 começa a escrever a Regra dos Mosteiros. Morre em 21 Março de 547, não sem antes ter anunciado a alguns monges que iria morrer e ter mandado que lhe abrissem uma sepultura 6 dias antes.
As representações de São Bento mostram-no, regra geral, com o livro da Regra, um cálice quebrado e um corvo com um pão na boca, em memória ao pão envenenado que recebeu do sacerdote invejoso.
A medalha em seu nome possui algumas palavras em latim e siglas representando também elas frases em latim que ele tanto defendeu. Assim:
1. Na frente da medalha cunhada em seu nome pode ler-se ao redor:
"Ejus in obitu nostro praesentia muniamur" = Sejamos protegidos pela sua presença na hora de nossa morte.
2. No verso:
2.1. Em vota da cruz e entre seus braços estão gravadas as letras:
C S P B, cujo significado é, do latim: Cruz Sancti Patris Benedicti - "Cruz do Santo Pai Bento".
2.2 Na haste vertical da cruz lêem-se as iniciais C S S M L: Crux Sacra Sit Mihi Lux - "A cruz sagrada seja minha luz".
2.3 Na haste horizontal lêem-se as iniciais N D S M D: Non Draco Sit Mihi Dux - "Não seja o dragão meu guia".
2.4 No alto da cruz está gravada a palavra PAX ("Paz"), que é o lema da Ordem de São Bento. Às vezes, PAX é substituído pelo monograma de Cristo: I H S.
2.5 Do lado esquerdo da medalha antes da palavra PAX estão as iniciais: S M Q L I V B: Sunt Mala Quae Libas Ipse Venena Bibas - "É mau o que me ofereces, bebe tu mesmo os teus venenos!".
2.6 Do lado direito da medalha as iniciais: V R S N S M V: Vade Retro Sátana Nunquam Suade Mihi Vana - "Afasta-te, satanás, nunca me aconselhes coisas vãs!"
O seu dia celebra-se a 11 de Julho.
São Bernardo
Pouco terá chegado aos nossos dias sobre São Cristóvão, muitas delas um conjunto de histórias que se fundem como se lendas se tratassem.
Certas são as informações de que, às ordens do imperador Décio e depois de se ter convertido à religião Cristã, não querendo desistir da sua fé, terá recebido castigo de tortura. Dado como tendo resistido a tortura com barras de ferro e sendo preservado da violência do fogo pela sua crença em Jesus acabaria por ser trespassado com flechas e decapitado.
A imagem em que é representado, com o menino Jesus aos ombros dever-se-á a uma outra história que lhe terá sido atribuída quando no início da sua conversão e em que Jesus se terá revelado e o transformado num dos seus inquestionáveis fiéis.
Assim reza a história que, sendo um homem forte e possante, no intuito de fazer bem aos outros colocou-se junto às margens propondo-se atravessar de uma margem a outra todos os que necessitavam. Numa certa noite um menino terá solicitado os seus préstimos pedido a que ele terá acedido. Tendo iniciado a travessia da corrente terá notado que a criança aumentava de peso de forma assustadora tendo-lhe tornado a tarefa morosa e dificílima. Depois de lutar contra a fadiga, e bem cansado, conseguiu atingir a margem oposta e colocando o menino no chão terá exclamado:
– O mundo não é mais pesado do que tu!
E o menino, sorrindo-lhe terá dito:
– Tu levaste sobre os ombros, mais do que o mundo todo – levaste o seu Criador! Eu sou o Jesus a quem tu serves!
São Cosme e São Damião terão nascido por volta do ano 300dc na região de Egeia, na Síria no seio de uma família nobre e, segundo se julga, teriam sido médicos, causa à qual terá sido atribuída a sua santidade já que o faziam junto dos necessitados sem cobrar nada por isso
Durante o período do imperador romano Diocleciano, na perseguição aos cristãos, os irmãos foram presos sob a acusação de feitiçaria e o prefeito Lísias ordenou que se retratassem, exigência que recusaram, dizendo que curavam as pessoas em nome de Jesus Cristo e do seu poder.
Acabariam condenados à morte por tortura, processo durante o qual não sofreram nenhum ferimento infligido quer por apedrejamento, quer por flechas. Sendo-lhes ordenado que fossem queimados, também a essa sentença resistiram, assim como à posterior, a de afogamento, tendo sido salvo por anjos. Face ao sucedido foi ordenado que fossem decapitados por uma espada. A execução ocorreu a 27 de Setembro juntamente com a de seus 3 irmãos e acabaram por ser sepultados pelos pacientes que tinham sido curados por eles.
São relatados alguns relatos posteriores à sua morte e relacionados com as suas relíquias entre os quais se conta o do imperador Justiniano que acabaria por ser curado de uma doença misteriosa por ter rezado junto a elas. Em sua honra reconstituiu a cidade de Ciro e a igreja dos mártires em Constantinopla que se tornaria um lugar famoso de peregrinação em sua honra. Em Roma o papa Félix IV acabaria por mandar construir uma igreja em seu nome onde constam parte das suas relíquias.
Para além de serem os padroeiros dos médicos, cirurgiões e farmacêuticos, são também reconhecidos como padroeiros das faculdades de medicina, das crianças, dos físicos, dos barbeiros e cabeleireiros e dos turismólogos (todos os que trabalham e estudam em profissões relacionadas com o turismo).
São Domingos nasceu em Caleruega, Espanha no ano de 1170. Filho de pais pertencentes à nobreza guerreira encarregues de assegurar as praças militares a sul do Reino de Castela à altura ainda dominado pelos Muçulmanos.
Recebeu desde cedo formação católica e inclinação para a mesma indo estudar para Palência em 1189. Mesmo sendo uma pessoa da nobreza e muito culto cedo revela princípios de caridade cristã que o levam até a vender alguns bens pessoais para ajudar os mais necessitados. Após a conclusão dos mesmos, em 1196, tornar-se-ia cónego na sua terra natal, Osma.
Convocado pelo seu bispo para o acompanhar à Dinamarca no sentido de trazer a princesa que casaria com o filho do rei de Castela, terá ficado impressionado com o desconhecimento que os povos do norte da Europa tinham sobre a doutrina cristã, propor-se-ia evangelizá-los. Em 1205, juntamente com o seu bispo (Diogo) começou uma peregrinação que o levaria ao norte da Europa, Roma, Cister e o contacto com um grupo de evangelizadores que defendiam uma postura diferente dos religiosos no sentido de conseguirem uma purificação espiritual defendendo que o homem era a junção de dois princípios, um anjo aprisionado no seu corpo. No sentido dessa purificação tinham visões muito próprias sobre o casamento, a procriação, o aborto, o suicídio, o aborto a eutanásia, os criminosos e o seu julgamento pelo Estado, visões essas que entravam há muito conflitos com as ideias de Roma. Diogo e Domingos acabaram por convencê-los a professarem de um estilo mendicante (despojados de riquezas, ligado à evangelização e obras de caridade), trabalho reconhecido pelo Papa Inocêncio e que foi solicitado a Domingos que continuasse.
Com esse princípio em mente dá-se a génese do que viria a ser a obra que no futuro adoptaria o nome do seu principal originador, a Ordem dos Dominicanos, que defendia um estilo de vida simples, de reclusão e oração que servisse como base à caridade e pregação do evangelho. Desgasta-se com a luta por um ideal que defendia e que ia um pouco contra as tendências da igreja à data que defendia a inexistência de mais ordens religiosas. Acabará por voltar a Roma a pedido do Papa. Mais tarde, fruto do seu esforço veria confirmada por ele a Ordem dos Pregadores e envia os seus primeiros discípulos fundar novas comunidades em Paris, Bolonha, Roma e Espanha imbuídos de um espírito que os levasse às universidades aprender melhor a Bíblia e recrutar novos elementos entre os estudantes. Após essa demanda visitará as suas novas casas, passando por algumas que na Península Ibérica tinham sido fundadas pelo português Soeiro Gomes, um dos seus primeiros companheiros. A sua acção desenvolver-se-á ainda mais por toda a Europa sendo enviados pregadores para Inglaterra, Escandinávia, Polónia, Hungria e Alemanha.
Morreu em Bolonha a 6 de Agosto de 1221 e aí ficará sepultado na sua catedral, ainda novo mas bastante desgastado pelo esforço de prosseguir a sua obra. A sua canonização deu-se em 1234 pelo Papa Gregório IX seu grande amigo e admirador.
É considerado o padroeiro dos Astrónomos.
Santo Expedito foi um militar muito respeitado no seu tempo, tendo inclusive chegado a ocupar a função de comandante-chefe da XII Legião Romana.
Chega-nos para a história que antes de sua conversão ao Cristianismo, tinha uma vida devassa da qual se cansou e a pouco e pouco se decidiu à conversão na fé cristã. Quando estava para se converter apareceu-lhe um espírito do mal, na forma de um corvo, grasnando CRAS (em latim amanhã), mas este terá esmagado o corvo e terá gritado HODIE (em latim hoje), confirmando a sua urgente conversão.
Após a conversão foi, à semelhança de S. Jorge, vítima do imperador Diocleciano que empenhado em erradicar a Fé Cristã o perseguiu e tomou de ódio. Esse ódio levá-lo-ia a ser flagelado até sangrar acabando por ser decapitado pela espada.
Pela sua determinação, é tido como um santo protector de todos os que acreditando na fé cristã necessitam de ajuda em problemas urgentes e de difícil solução. É também dado como o protector dos militares, estudantes, jovens e viajantes.
O seu dia celebra-se a 19 de Abril.
Santo Estêvão é considerado o primeiro mártir dos Cristãos, segundo os Actos dos Apóstolos, Estêvão foi um dos sete primeiros diáconos da igreja, logo após a morte de Jesus, pregando os seus ensinamentos e responsável pela conversão de imensos fiéis. Dado como pertencente a um grupo de cristãos que pregavam uma mensagem mais radical (conhecidos como os helenistas, já que os seus membros tinham origem e eram educados na cultura grega).
Acabaria por ser detido pelas autoridades judaicas e levado diante do Sinédrio (a assembleia suprema de Jerusalém), onde foi condenado por blasfémia e sentenciado a ser apedrejado. Conta-se que entre os presentes na execução, estaria Saulo (futuro São Paulo, ainda durante os seus dias de perseguidor de cristãos), cuja conversão lhe é atribuída após a sua morte e tendo como base as suas orações que ele adoptaria. Defende a Igreja que com Estêvão, o sangue dos mártires começou por ser a semente de cristãos.
O seu túmulo foi dado como perdido até o ano de 415 e desde então lhe foram atribuídos diversos milagres pelos seus devotos. A Igreja atribuiu como seu dia o 26 de Dezembro, dia a seguir ao nascimento de Cristo, numa intenção de sublinhar uma ligação entre a incarnação e o martírio.
Em Portugal, o culto de Santo Estêvão encontra-se ligado à festa dos rapazes, nas aldeias de Trás-os-Montes, e deram origem a diversas festividades ocorridas durante o solstício do inverno (de 24 de Dezembro a 6 de Janeiro), reminiscências atribuídas também a um passado pagão resultante do culto do Sol, e em que intervêm os tão conhecidos "caretos", as máscaras tradicionais do extremo nordeste de Portugal .
É dado como o padroeiro dos Pedreiros, Construtores, Cobradores e dos Agentes Mortuários. É considerado também o Patrono dos Cavalos existindo inúmeras festividades a ele atribuídas em que os Cavalos são a figura principal. Pensa-se, que numa alegoria ao facto de ter morrido por apedrejamento, o seu nome é invocado para o alívio e tratamento de dores de cabeça.
Nasceu no castelo de Xavier, em Navarra (Espanha) no ano de 1506.
Foi ordenado sacerdote em Roma no ano de 1537 e dedicou-se a obras de caridade, tendo-se juntado ao grupo de S. Inácio quando estudava em Paris.
Em 1541 partiu para o Oriente onde acabou por se destacar e ficando conhecido por ter evangelizado incansavelmente a Índia Portuguesa, a China e o Japão. O profundo respeito que lhe é atribuído pela Igreja Católica Romana tem por base a indicação de que tenha convertido mais pessoas ao Cristianismo do que qualquer outro missionário desde São Paulo. Tal feito levaria a que lhe atribuíssem o nome de "Apóstolo do Oriente". É também por esta razão que é considerado como padroeiro de muitas outras regiões por onde passou ou passaram os missionários da igreja católica.
É dado ainda como pioneiro e co-fundador da Companhia de Jesus.
Acabou por morrer em 1552 na ilha de Sanchoão, às portas da China. Foi beatificado, com o nome Francisco de Xavier pelo Papa Paulo V a 25 de outubro de 1619 e canonizado pelo Papa Gregório XV, a 12 de março de 1622, em simultâneo com Inácio de Loyola. Em 14 de dezembro de 1927 o Papa Pio XI proclamou Francisco Xavier, juntamente com Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeiro universal das missões.
O seu dia celebra-se a 3 de Dezembro.
Filho de Zacarias, um sacerdote Judeu, São João é dado como nascido no ano 7(a.C.) na aldeia de Aim Karim, situada a cerca de 6kms de Jerusalem.
Nascido judeu de religião e formação foi considerado um pregador persuasor teve muitos seguidores, sobretudo Judeus, pregando a necessidade de virtude e rectidão na vida, utilizando o baptismo como símbolo de purificação da alma. É pelo baptismo de Jesus que acabará por ficar irremediavelmente ligado ao aparecimento e divulgação do Cristianismo e a colocação de Jesus como sendo o Filho de Deus e o Messias tão aguardado.
São João Bosco, nasceu em Becchi, Itália em 16 de Agosto de 2015. Órfão de pai aos 2 anos, viu a sua infância ser marcada pela pobreza.
Após ordenação como sacerdote em 5 de Junho de 1841, é transferido para Turim. Foi sacerdote diocesano católico apostólico romano e educador. Homem de muitos sonhos que por vezes se confundiam com premonições do que viu acontecer, foi essencialmente um grande pioneiro da educação infanto-juvenil e do ensino profissional, sendo um dos criadores do sistema preventivo em educação. É a um sonho em que terá visto Jesus Cristo aproximar-se dizendo-lhe para educar não com pancadas, mas com mansidão e caridade que atribuiu a sua vocação. Dedicou-se também ao desenvolvimento da imprensa católica.
Foi o fundador da Pia Sociedade de São Francisco de Sales (1859), mais conhecida por Salesianos e co-fundador da congregação das Filhas de Maria Auxiliadora, conhecidas por Irmãs Salesianas.
Morreu a 31 de Janeiro de 1888, com 72 anos de idade, data em que se passaria a celebrar o seu dia. Foi canonizado em 1 de Abril de 1934 pelo Papa Pio XI, e denominado como o padroeiro dos jovens e dos aprendizes.
É Considerado um dos mais proeminentes santos militares, já que foi capitão do exército romano, cargo que viria a ocupar em reconhecimento da sua entrega e tenacidade nas lutas em que se envolvia.
Nascido na Capadócia, na Turquia, o guerreiro chamou a atenção por não abandonar a fé católica nem mesmo durante períodos de guerra. A sua extrema convicção levou a que o Imperador Diocleciano, na tentativa de o demover da fé cristã, o mandasse torturar sucessivas vezes.
Perante a recusa em abandonar as suas crenças o imperador ordenou que fosse degolado no dia 23 de Abril do ano 303. É neste dia do mês que se celebra a sua fé.
É imortalizado num conto/lenda em que mata um dragão, segundo se pensa, em alegoria à tenacidade com que lutou em defesa da Religião que defendeu até à morte.
Por tal perseverança e reconhecimento de fé tornou-se padroeiro de diversos países e cidades no mundo inteiro e um dos santos mais retratados ou esculpidos ao longo dos séculos. Chegou a ser nomeado por D. Nuno Álvares Pereira como padroeiro de Portugal e do Exército após este o considerar o seu grande protector quando da Batalha de Aljubarrota..
O seu dia celebra-se a 23 de Abril.
Entre as mais apreciadas orações de protecção de S. Jorge conta-se a seguinte:
"Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar."
São José, sendo um dos santos mais populares da igreja católica, por ser o pai de Jesus, é também conhecido como o padroeiro dos trabalhadores, atendendo ao facto de ter sido Carpinteiro de profissão.
É considerado também o padroeiro das familias, tendo em conta o seu papel de defensor da familia e a sua fidelidade à sua esposa.
O seu dia celebra-se a 19 de Março, muitas vezes associado ao Dia do Pai.
São Judas Tadeu também conhecido como São Judas Apóstolo foi um dos doze apóstolos de Jesus e um dos seus mais fiéis seguidores.
De origem judaica é dado como tendo nascido em Paneas, uma cidade da Galileia. É dado como sendo agricultor era primo de Jesus já que era filho de Cleofas (irmão de José) e de Maria (prima-irmã da mãe de Jesus).
É dado como sendo um dos apóstolos a quem Jesus apareceu no dia da sua ressurreição e terá sido um grande evangelizador. Percorreu diversas regiões e entre as quais se encontram a Judeia, a Samaria, a Idumeia, a Mesopotâmia, a Líbia, Beirute e Edessa. É dado como tendo sido o primeiro apóstolo que terá levado o Cristianismo até à Arménia, razão justificativa da sua veneração pela Igreja Apostólica da Arménia e a existência dos mosteiros de São Tadeu, hoje situados no norte do Irão.
A sua morte terá ocorrido na Pérsia, a 28 de Outubro de 70 DC, juntamente com a de S. Simão, crê-se que martirizados por uma multidão incentivada por sacerdotes de Zoroastro (professada por sacerdotes pagãos), à custa de agressões várias com lanças, machados e martelos. As suas relíquias terão sido resgatadas posteriormente e transladadas para a Basílica de São Pedro, em Roma.
Apóstolo e mártir, é representado nas imagens segurando um livro e uma alabarda (espécie de machado), o livro símbolo da palavra de Deus que ele anunciou e o machado em representação do seu martírio.
À semelhança com Santa Rita de Cássia também ele é dado como padroeiro das causas impossíveis, protector dos desesperados e aflitos.
São Lourenço nasceu no século III em Huesca tendo partido cedo para Roma onde veio a assumir a função de diácono do Papa Sixto II. Naquele tempo diácono era um cargo de extrema importância, e semelhante ao que hoje desempenham os Cardeais da Cúria no Vaticano. O Papa dispunha de sete diáconos que o ajudavam a administrar a Igreja, e o mais importante, também chamado Arcediago, geria todos os bens da Igreja. Ora, São Lourenço era o Arcediago, pessoa que normalmente deveria suceder ao Papa. De entre as várias responsabilidades recebia as esmolas, conservava os arquivos, dirigia a construção de cemitérios, e dele dependiam a maioria do “clero romano, os confessores da fé, as viúvas, os órfãos e os pobres”. Devido às suas funções era já considerado como o futuro Papa. Consta que a maior provação a que foi sujeito terá acontecido durante a morte do Papa Sixto II, assassinado com quatro dos seus diáconos. Segundo a tradição, São Lourenço terá perguntado ao Papa, em agonia, para onde seguia sem o seu filho, o seu diácono. O Para terá respondido que ele não julgasse que o abandonava, e que maiores combates o esperavam e se reencontrariam passados três dias.
De facto, três dias depois do martírio do Papa, São Lourenço é chamado e apresentado perante o prefeito de Roma, Cornelius Saecularis, sendo imperador Valeriano. O prefeito ordena-lhe que entregue o dinheiro e os livros de contas da Igreja. São Lourenço pede então para voltar no dia seguinte e promete entregar-lhe toda a riqueza da Igreja. Acabaria por distribuir toda a riqueza pelos seus fiéis, e no dia seguinte informa o prefeito que tem todas as riquezas para lhe apresentar. Ousadamente apresenta-lhe uma multidão de crentes, pobres, doentes e protegidos da Igreja dizendo: “Estes são os verdadeiros tesouros da Igreja.”
São Lourenço terá tomado esta atitude cheio de fé e em acto caridoso para os mais necessitados. O prefeito é que não gostou e ter-lhe-á respondido: “Pagarás a fraude com a morte. Morrerás a fogo, em cima de uma grelha.” Cumpria-se assim o vaticínio de Sixto II. São Lourenço é colocado no fogo em cima de uma grelha e sentindo-se já o cheiro da sua carne assada, ter-se-á virado para o carrasco e dito ainda: “Já está cozido deste lado, dá-lhe volta e come.” E foi assim juntar-se, pelo martírio, ao seu Papa. Isto aconteceu em 258.
A figuração de São Lourenço é sempre acompanhada de uma grelha, símbolo do seu martírio sendo curioso que mesmo algumas imagens com São Lourenço Menino, o são sempre com a grelha.
O seu dia celebra-se a 10 de Agosto
É considerado o Padroeiro dos Cozinheiros, dos Grelhadores, dos Pasteleiros, dos Estalajadeiros, dos Bibliotecários, dos Arquivistas, dos Bombeiros, dos Vidraceiros, dos Pobres e dos Diáconos.
São Lucas...
São Luiz de França, nascido a 25 de Abril de 2014 foi educado desde cedo pela sua mãe, Branca de Castela, para os ensinametos da religião cristã. Acompanhado dos melhores professores acabaría por ser coroado aos 12 anos após a morte do pai e, aos 21, tornou-se em definitivo regente do reino. Todos os dias participava activamente na Santa Missa, como homem humilde, de oração, penitente e de caridade que se tinha tornado. Com a ajuda de sua mãe fundou igrejas, conventos, hospitais, abrigos para os órfãos, velhos e doentes.
Casou, teve 10 filhos todos eles educados sob os mesmos princípios que professava com a sua mulher. Ficou célebre um lema que o regeu em vida e que dizia "não tiremos o bem dos outros nem sequer para o dar a Deus".
Fiel à Fé Cristã, à Igreja e ao Papa organizou cruzadas no sentido de resgatar os lugares santos nunca tendo sido bem sucedido. Numa delas viría a ser preso durante 5 anos, tendo escapado. Empenhou-se posteriormente noutra cruzada onde viria a ser vitimado por uma peste mortífera em 25 de Agosto de 1270. Quando o seu corpo chegou a França começou a ser venerado por muitos e desde cedo ocorreram relatos de milagres. Foi canonizado em 1297 pelo Papa Bonifácio VIII.
O seu dia celebra-se a 25 de Agosto.
Luiz de Gonzaga nasceu na localidade de Castiglione delle Stiviere a 9 de março de 1568. Filho de Ferrante Gonzaga, marquês de Castiglione e irmão do Duque de Mântua, príncipe do Sacro Império, estava destinado, segundo as pretensões de seu pai, a ser herdeiro do feudo soberano de Castiglione e a seguir os passos de soldado e comandante no exército imperial.
Começou a aprender a arte da luta armada apenas com 5 anos de idade enquanto recebia uma educação de forte influência cristã por parte da mãe, ao mesmo tempo que frequentava os ambientes mais sofisticados da alta nobreza italiana.
Foi enviado para Florença, com a tenra idade de 10 anos, como pajem do grão-duque da Toscana. Viria um pouco mais tarde a viajar para Espanha, onde ficou alguns anos como pajem do Infante Diogo de Espanha (filho do rei dom Filipe II). É nesta altura um aluno atento à leitura de livros devotos e a matérias filosóficas enquanto frequentador da universidade de Alcalá de Henares. É nessa altura também que demonstra uma convicção de se dedicar à perpétua virgindade. Recebe a a primeira comunhão das mãos de São Carlos Borromeu, e decide-se então, apenas com 14 anos, pela vida religiosa, entrando para a Companhia de Jesus e renunciando ao título de nobreza e à herança paternas escolhendo para si incumbências mais humildes.
É sua a frase: "Também os príncipes são pó como os pobres: talvez, cinzas mais fétidas".
São Luís Gonzaga teve de ir para Roma no ano de 1590 por motivos de estudo, mas ao deparar-se com um surto de tifo, compadeceu-se dos que sofriam. O seu envolvimento na cura dos que dela padeciam foi tal que acabou por a contrair e morrer apenas com 23 anos, no dia 21 de junho de 1591. Essa sua caminhada de fé viria a tornar-se um modelo da pureza para todos os jovens do seu tempo e dos que se seguiriam pelo que passou a ser considerado padroeiro da juventude e dos estudantes. É dele uma imagem que está patente na fachada da Sé Nova de Coimbra.
Nascido no ano de 316, filho de um Tribuno, comandante e soldado do império romano, foi militar, monge e mais tarde Bispo de Tours.
Nasceu na região da Sabária (actual região da Hungria) 3 anos após o imperador Constantino (em 313) ter concedido aos cristãos a liberdade de culto. Neste século de grandes transformações viria a revelar-se um dos principais fundadores e impulsionadores do monaquismo na Europa Ocidental, bem como, importante evangelizador e "peça" importante de um grande processo de cristianização de Europa, em especial na região da Gália.
Nascido numa família de origem Romana e que defendia uma crença politeísta começa, desde muito cedo a ter curiosidade e a frequentar uma igreja cristã sem contudo nunca receber o Baptismo. Desagradado, o pai inscrevê-lo-ia no exército aos 15 anos na tentativa de o afastar do culto, porém, já um pouco tarde porque os princípios que tinha recebido (em especial o de caridade) já por ele tinham sido absorvidos. Destacado para a região da Gália é nessa região que a sua acção se torna mais significativa e é também nessa região que se conta ter passado o famoso episódio do manto. Reza a história que, numa época de chuva e frio rigoroso, quando circulava no seu cavalo deparou com um mendigo cheio de frio e que lhe terá pedido esmola, não tendo nada para lhe dar terá cortado metade do seu manto com a própria espada e lha deu. Nessa mesma noite Jesus ter-lhe-á aparecido num sonho usando o seu pedaço de manta e agradeceu-lhe a sua generosidade. Foi aí que tomou a decisão de deixar as fileiras militares de dedicar-se à causa da religião cristã.
Terá aceite o baptismo já com a idade de 22 anos e tornou-se monge na região da Gália. Aos 38 anos torna-se discípulo de Sº Hilário (grande doutor da igreja) e nesse mesmo ano volta à sua região onde tentará converter grande parte da família, convertendo inclusive a sua mãe. Expulso por partidário do arianismo viria a isolar-se-ia numa ilha ao largo de Itália durante 5 anos, período após o qual terá voltado à Gália e continuado o seu trabalho de evangelizador.
Pelo trabalho caritário reconhecido por todos nessa região viria a ser aclamado, aos 55anos, bispo de Tours quando surgiu uma vaga e se procurava alguém com o perfil para a preencher. Aceitou-o relutantemente sem nunca deixar de exercer aquilo para que se achava vocacionado que era a evangelização e a caridade.
Morreu a 8 de Novembro do ano de 397 aos 81 anos de idade e foi sepultado em Tours no dia que se celebra a sua vida e a sua obra, em 11 de Novembro.
É considerado o padroeiro de inúmeras profissões e entre as quais se contam os curtidores, alfaiates, soldados, cavaleiros, profissionais de hotelaria (restaurantes, hotéis e similares), produtores de vinho e dos mendigos.
São Marcos era judeu e dado como pertencendo a uma das primeiras famílias cristãs de Jerusalém. Era ainda criança quando os fatos da morte e ressurreição de Jesus aconteceram.
Não tendo sido discípulo de Jesus conheceu-o e é dado como facto que terá sido em sua casa que se terão reunido frequentemente os Cristãos e onde se terá celebrado a última ceia, bem como a cerimónia onde cerca de 120 pessoas (onde se incluíam a mãe de Jesus) terão recebido a efusão do Espírito Santo.
Terá sido baptizado por S. Pedro e terá sido ele o seu principal protector e orientador e tornando-se um seu discípulo terá ido, ainda jovem, com ele para Roma. Terá sido lá que preparou os seus escritos sobre a vida de Jesus, no que hoje se intitula de Evangelho segundo S. Marcos. Sendo o mais curto dos evangelhos acabará por ser, de entre todos os Evangelhos existentes, aquele que transmite uma visão mais próxima e apaixonada dos sofrimentos de Jesus derivada do facto de ter recebido toda a informação de Pedro e vivenciado ainda algumas das cenas da sua vida. É por isso aquele que Pedro acabaria por aprovar e indicar que fosse lido em todas as igrejas.
Após a morte de S. Pedro acabaria por partir em missão apostólica para a ilha de Chipre, para a região da Ásia Menor e ainda para o Egipto, em especial para Alexandria, cidade onde fundou uma das igrejas que mais cresceram na região. Tal importância e capacidade de mobilização acabariam por granjear-lhe muitos inimigos entre os pagãos e, apesar de se ter afastado do Egipto durante cerca de 2 anos, pouco depois do seu regresso terá sido perseguido por uma multidão de pagãos que invadindo uma das suas importantes cerimónias religiosas, o capturaram, flagelaram e provocaram a sua morte que acabaria por ocorrer no dia seguinte, à data de 25 de Abril.
As suas relíquias acabariam por ser levadas para Itália e guardadas na famosa catedral de S. Marcos em Veneza e mais tarde tornar-se-ia o seu padroeiro.
São Mateus...
Também conhecido como São Nicolau de Mira ou de Bari terá nascido na região de Patara na Grécia em 270dc, actual região da Turquia. Já filho de pais religiosos e cristãos, adoptou a religião cristã desde cedo. Por morte deles terá recebido bens de avultado valor dos quais abdicou em prol de ajudar os mais necessitados.
Após a subida ao poder do imperador romano Constantino, recusou-se a negar a sua fé e foi encarcerado, terá também antagonizado alguns lideres da igreja de então por ter esbofeteado um dos seus lideres, mesmo assim, fiel à sua fé e aos seus princípios continuou a prestar assistência aos necessitados e auxiliar as crianças .
É um dos Santos mais conhecidos da igreja católica pela sua afinidade conhecida com as crianças. Face aos milagres que lhe terão sido atribuídos é canonizado pela igreja Católica e torna-se um símbolo directamente relacionado com o nascimento do Menino Jesus.
Para além de protector das criancinhas e recém-nascidos é dado como o padroeiro dos guardas nocturnos e dos acólitos (crianças que ajudam à igreja), protetor dos marinheiros, dos comerciantes, dos estudantes (em Guimarães, Portugal) e até santo casamenteiro. Defende-se ainda que, a sua vontade de ajudar os mais pobres e necessitados e acarinhar as crianças com presentes, durante o período de celebração do nascimento de Jesus, terá sido ele a dar origem à figura que se invoca hoje como sendo a do Pai Natal.
Morreu a 6 de Dezembro de 350dc em Mira e os seus restos estão sepultados na cidade italiana de Bari na Catedral com o seu nome.
Mais conhecido na história como D. Nuno Álvares Pereira nasceu em 24 de Junho de 1360. Apesar de ter formação religiosa convicta, foi armado cavaleiro aos 13 anos e Condestável de Portugal aos 25. Foi talvez um dos mais prestigiados Condestáveis do Reino de Portugal, vencendo os castelhanos nas batalhas de Atoleiros, Aljubarrota e Valverde, assegurando assim a Portugal a independência e a fidelidade ao verdadeiro Papa.
Rico e poderoso, dizia-se ser proprietário e senhorio de aproximadamente um terço do território português, mas a tudo renunciou por amor de Deus, após a morte da sua mulher, ingressando como irmão leigo no Mosteiro do Carmo de Lisboa, que ele mesmo edificara, e adoptando o nome religioso de Frei Nuno de Santa Maria. Percorria a rua e distribuía esmolas a quem precisava e , no convento num caldeirão usado pelos seus homens nas campanhas militares, faziam-se refeições que eram dadas aos pobres, acções pelas quais o povo ainda em vida lhe chamava de Santo Condestável.
Sua espada sempre invicta, que tinha gravada na lâmina o santo nome de Maria, foi depositada no altar, nas mãos do Profeta Elias, fundador da Ordem carmelita. Uma filha do Santo Condestável acabaria por casar com D. Afonso, filho do rei D. João I de Portugal. É deste casal que provém a Casa de Bragança, que reinou em Portugal até 1889 e no Brasil até 1889.
Viria a morrer em 1 de Abril de 1431, rodeado pelo rei e pelos infantes. Dia 6 de Novembro é aquele em que se celebra o seu dia!
Santo Onofre viveu no século IV e tornou-se um monge em Thebas de onde saiu para viver uma vida de eremita e contemplação. Durante 60 a 70 anos viveu no deserto e usou como sua vestimenta apenas o seu cabelo e uma espécie de calças feitas de folhas. Lutou durante quase toda a sua vida contra tentações terríveis, mas venceu-as todas com preserverança.
É considerado o padroeiro dos trecelões porque era ele que às vezes tecia as suas próprias eças de roupa com fios de plantas encontradas no deserto. É ainda considerado o protector dos alcoólatras porque, segundo reza a história, ele próprio tería vencido esse vício no início da sua vida. É mais conhecido ainda por ser considerado o santo Patrono da Fortuna, o que o ajuda a conquistar dinheiro.
A sua festa é celebrada a 12 de Junho.
Originário de Narbona, na região de Milão, São Sebastião é dado como um soldado que se terá alistado no exército romano por volta do ano de 283 d.C, já com a intenção de converter outros homens à religião cristã. É dado como soldado de confiança dos imperadores Diocleciano e Maximiano, que ignorando que o mesmo a professava, o promoveram a capitão da sua guarda pessoal, a Guarda Pretoriana.
Por volta de 286, a sua conduta branda para com os prisioneiros cristãos levou o imperador a julgá-lo sumariamente como traidor, tendo ordenado a sua execução por meio de flechas (que se tornaram símbolo constante na sua iconografia). Foi dado como morto e atirado no rio, sem no entanto ter falecido. Encontrado e socorrido por Irene (mais tarde Santa Irene). Assim que recuperou apresentou-se novamente diante de Diocleciano acusando-o de injustiças cometidas, defendendo que também ele se deveria converter ao único e verdadeiro Deus. Ordenou então Diocleciano que ele fosse açoitado/espancado até a morte, rezando a história que terá acabado morto trespassado também por uma lança. O seu corpo foi jogado no esgoto público de Roma e foi daí que Luciana (mais tarde Santa Luciana) resgatou o seu corpo o limpou e sepultou.
É considerado o patrono da peste, da fome e da guerra.
O seu dia é celebrado à data da sua morte a 20 de Janeiro.
- "O primeiro degrau para a sabedoria é a humildade."
Nasceu em 1225 no castelo da cidade de Roccasecca e o apelido pelo qual ´s conhecido, "Aquino", é uma referência ao condado de Aquino, uma região que foi propriedade de sua família até 1137.
Começou seus estudos na abadia de Rocasecca, tendo ingressado na ordem religiosa dos Dominicanos em 1244. estudou em Paris de 1245 e 1248 de onde partiu para Colônia onde estudou entre 1248 e 1259. estudou na Faculdade de Teologia, fundada por Alberto Magno na cidade alemã de Colônia. Foi por duas vezes regente da Universidade de Paris.
Eminente estudioso da igreja é considerado o mais importante proponente clássico da teologia natural, à qual haveria de ser dada o nome de "tomismo" por associação ao seu nome. Modelo referenciado da teoria cristã mais moderna seria responsável também pelo reconhecimento e valorização da ordem dominicana pela sua entrega à causa da igreja católica e a elaboração de importantes estudos que são ainda a base da igreja moderna.
Morreu na cidade de Fossanova (Itália) em 7 de março de 1274. Após a sua canonização, como as festividades em relação à sua morte acabavam por cair no período da Quaresma, as celebrações acabariam por ser modificadas para 28 de janeiro, a data da translação de suas relíquias para Toulouse.
Pela sua manifesta entrega à causa do ensino acabaría por ser reconhecido como o padroeiro dos professores e estudantes.
A História de Lisboa está intimamente ligada à história de S. Vicente, que se viria a tornar padroeiro da cidade desde 1173 e, mais tarde, levar à construção da igreja de S. Vicente de Fora. Também conhecido por S. Vicente de Saragoça é dado como tendo nascido em Huesca em finais do século III dc. Numa altura em que o império romano dominava toda a região as regras determinadas pelo imperador Deocliciano impediam outro culto que não fosse o dos deuses romanos. Tendo-se tornado desde cedo um cristão devoto e convicto despertou o ódio do imperador romano sendo-lhe movida uma perseguição que abrangia todos os que professassem o cristianismo e que acabaria levar à sua morte a 22 de Janeiro do ano 304.
Pelo facto de muitos anos se terem passado sobre a sua morte até aos relatos da sua vida, são confusas e díspares as histórias que se contam sobre os acontecimentos posteriores, facto pelo qual várias localidades espalhadas pelo mundo reclamam a posse parcial ou total das suas relíquias e os contornos sobre esse período adquirirem quase o estatuto de lenda.
Segundo a mesma, é apanhado em Valência e recusando-se a recusar a sua fé é condenado a ser martirizado de uma forma atroz, atado a um cavalete em cruz, torturado com garfos de ferro e numa grelha em brasa. Morto, o seu corpo é abandonado num descampado para ser comido pelos animais mas uns corvos impediriam que as feras atacassem o seu corpo. Tomando a decisão de se desfazerem do seu corpo, decidiram atar-lhe uma mó e lançá-lo ao mar só que em vez do corpo se afundar, flutua e acaba por dar à costa uns dias depois. Recolhido por uns cristãos é levado para Valência e sepultado na sua Catedral e desde logo muito venerado.
Com a ocupação da Península Ibérica pelos Mouros e a ameaça de transformação de todas as igrejas em Mesquitas, os cristãos de Valência quiseram pôr a salvo o corpo do mártir S. Vicente, que estava guardado numa igreja. As Astúrias eram a única região cristã da península e para levar o corpo para as Astúrias, fizeram-se ao mar. Como as águas estavam turbulentas, foram forçados a aproximar-se da costa acabando por encalhar e dar à costa no Algarve junto ao Promontório de Sagres (Promontórium Sacrum). Ao tentarem refugiar-se numa praia, protegendo-se e à sua relíquia de um navio pirata, acabaram por não ser resgatados e optaram por aí construir um templo em sua memória e ao redor do qual acabou por crescer uma pequena aldeia. Caberia a D. Afonso Henriques, em guerra com os mouros no Algarve, vir a resgatar os seus restos mortais que teriam sido escondidos e poupados de uma ordem para que se arrasasse a aldeia dos cristãos de S. Vicente. Reza a história que, na tentativa de os resgatar bem como a alguns dos cristãos, a pessoa que saberia da sua localização morresse antes de lá chegarem e sem saber o local exacto onde estava o santo, contudo D. Afonso Henriques ao aproximar-se das ruínas do antigo templo avistou um bando de corvos que sobrevoavam um certo lugar. Os seus homens escavaram e encontraram o sepulcro de S. Vicente, escondido na rocha.
Trouxeram o corpo de S. Vicente de barco para Lisboa e durante toda a viagem foram acompanhados por dois corvos. É a esta alegoria a que se atribui a imagem que ainda hoje figura nas armas de Lisboa em testemunho desta história extraordinária.
O seu dia celebra-se a 22 de Janeiro, data da sua morte mas algumas festividades ocorrem também à data de 15 de Setembro, data da chegada a Lisboa dos seus restos mortais.